terça-feira, 4 de outubro de 2011

Bruno Covas é poupado de explicar suposto esquema de corrupção


Bruno Covas, deputado federal licenciado e pretenso candidato a prefeito em SP


Na última hora, Comissão de Meio Ambiente da Assembleia desmarca convocação de secretário estadual do Meio Ambiente para falar sobre suposto esquema de corrupção

Em meio a novos indícios da existência de uma esquema de venda de emendas parlamentares na Assembleia Legislativa de São Paulo,  a Comissão de Meio Ambiente da Casa cancelou, às pressas, a convocação do secretário Bruno Covas para prestar esclarecimentos sobre o caso.
A ida de Covas, deputado licenciado e atual titular da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, à comissão foi articulada pelo PSDB para evitar que ele falasse na Comissão de Ética, que apura a denúncia do deputado Roque Barbiere (PTB) que de 25% a 30% dos parlamentares vendem emendas e fazem lobby para empreiteiras.
A decisão  foi tomada em consenso com o Palácio dos Bandeirantes, que não desejava ver Covas passar por constrangimento na Assembleia. Covas foi avisado por volta das 12h da suspensão. Os outros deputados por volta das 14h30 - a reunião começaria às 15h.
O secretário foi colocado no centro da denúncia após ter declarado, em entrevista, que recebeu uma proposta de propina de um prefeito.  "Uma vez consegui uma emenda parlamentar de R$ 50 mil para obra de um município. Assinamos o convênio e depois o prefeito veio perguntar com quem ele deixava os R$ 5 mil. Respondi: Doa para a Santa Casa", afirmou  ao jornal  "O Estado de S. Paulo".

Após a repercussão negativa do caso, inclusive dentro do PSDB, Covas recuou e disse ter falado hipoteticamente. O secretário é o favorito do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2012.

"O caso [da propina] ganhou ouro viés nos últimos dias e achei melhor preservar a comissão", disse o presidente, deputado Beto Trícoli (PV). Ele garantiu ter conversado com os outros membros  sobre o cancelamento, mas os três parlamentares do PT, Ana do Carmo, Donisete Braga  e Carlos Grana, disseram terem sido só informados, mas não consultados. A comissão é formada em sua maioria por governistas.

"Eu entendo que qualquer servidor público deveria sempre estar disposto a dar esclarecimentos. Fomos surpreendidos com mais essa manobra", atacou Grana, que afirma ter recebido um torpedo de Trícoli confirmando a reunião por volta das 10h.

"Acho que estou cumprindo minha função regimental. A casa tem outras instâncias [para ouví-lo] já que o assunto virou uma discussão política", respondeu Trícoli.

Por meio de sua assessoria de imprensa, Bruno Covas garantiu estar à disposição para falar caso seja reconvocado pela Comissão de Meio Ambiente ou na Comissão de Ética.

Promotor ainda não marcou audiência com deputado
Segundo o Ministério Público, o promotor Carlos Cardoso está com problemas particulares e por isso ainda não definiu a data para ouvir o depoimento do deputado Roque Barbiere (PTB).


94
é o número de deputados estaduais

Barbieri reafirma intenção de revelar nomes
Delator do suposto esquema de corrupção, Barbieri garantiu estar disposto a dar mais detalhes, inclusive nomes, dos que venderam emendas à prefeituras e empresas.

FERNANDO ZANELATO- DIÁRIO SP- PROPINA 04/10/2011     

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