Na década de 70, Paulino Garcia, pai do vice-governador
Rodrigo Garcia, residia na esquina do TCC Tanabi, e tinha uma loja de venda no
varejo, de utensílios de alumínio, onde hoje funciona a Lorena Móveis (antigo
Varejão Baterias do Pedro Tibúrcio). Ele comprava as mercadorias diretamente da
Industria Mazza Alumínios em São Paulo-SP, onde Irineu Galego Dias era o
fundador gerente geral e dono de 10% do patrimônio.
Parte dos equipamentos e maquinários da Mazza/SP também
era dele, e ao saber disso, Paulininho ofereceu o percentual de 10% a Irineu,
para montar em Tanabi uma indústria própria, combinando que o prédio para a
instalação e a compra do restante das máquinas, ficava por conta dele. Irineu,
que nasceu em São Carlos, filho de Domingos Gallego Dias (hoje nome de viaduto
na cidade), aceitou, e veio sozinho para Tanabi em 1972.
Assim, Irineu montou a primeira indústria de alumínios em
Tanabi, que recebeu o nome de Colonial, e teve início na esquina da rua Jorge
Tabachi, defronte ao antigo posto de Mário Molon, transferindo-se depois para a
rua Benedito Sampaio, com Coronel Militão, e passou a ser, juntamente com a
Arco-íris (refrigerantes) e Móveis Bechara (indústria), entre outras, uma das
maiores empregadoras da cidade.
Irineu sonhava em comprar a empresa. Como não tinha
capital para o empreendimento, mas contava com vasta experiência e potencial
para ser dono do próprio negócio, aceitou a proposta do amigo Edgar Oliveira,
proprietário da Oficina de Tornos Oliveira (na rua Jorge Tabachi), para a fundação
de uma nova indústria. E juntos, distribuindo a sociedade em 51% para Irineu e
49% a Edgard, abriram uma concorrência para a Colonial.
A fim de dar robustez e sustentabilidade ao novo negócio,
Irineu decidiu buscar, em São Paulo, seu pai Domingos, ferroviário aposentado,
que trabalhava com ele de polidor de peças prontas no Alumínio Mazza-SP, e
também o irmão Luiz Galego Dias (o “Perigoso”), experiente torneiro repuxador,
que além de profissional da área, era de confiança, assim como João Gonçalves
(o “Capa-Frango”), um amigo das antiga em industrialização de alumínios em São
Paulo.
Com eles vieram também os irmãos de Irineu: Rui (que era
funcionário do Banco e do Brasil, e chegou ao cargo de gerente da agência em
Tanabi), Pedro e Cláudio (o “Cal”), que estudava Faculdade de Contabilidade,
paga por Irineu, enquanto trabalhava de mecânico de automóveis na oficina de
Alcides Scrinholli, passando depois para a VW Tanabi Motor Ltda. Ao se formar
técnico contábil, Cal chegou a trabalhar alguns anos no Banco Real, em Tanabi,
antes de ir para a empresa, cuidar da área de contabilidade.
A indústria De Irineu e Edgard, montada a princípio na
Vila Thomaz (onde depois se instalou o Café Pontal), foi batizada de Industria
de Alumínios “Real”, para comemorar o sonho projetado apenas no papel, e que,
por insistência, tornou-se uma idealização prática e funcional. Porém ela ainda
operava em caráter informal, sem cadastro, registro e C.G.C.
O primeiro obstáculo ocorreu quando tomaram a iniciativa
da legalização da empresa, inclusive de patente, para se tornar marca do
produto industrializado, pois o nome “Real”, teve o registro negado, pois já
existia uma indústria do mesmo ramo, justamente com esse nome de patente na
marca.
COMO SURGIU O NOME “EIRILAR”
Entre idas e vindas a cartórios de registros em São José
do Rio Preto, com a finalidade de regulamentar a empresa, Irineu comentou com
Edgar que conhecia empreendimentos de sucesso na capital, com denominações
baseadas nas junções das iniciais dos nomes dos proprietários. E depois de
inúmeras tentativas de formulação da nova marca de seus produtos, chegou-se a
Eiri Alumínios, contendo (E) de Edgar e (Iri) de Irineu. Mas faltava algo.
E que faltava foi complementado, num relance, com a
frase, também de Irineu, que mostrava a destinação do produto: “Eiri Alumínio,
produzido para o seu lar”. Abandonaram o slogan completo porque a ideia de unir
a palavra “lar” ao nome “Eiri”, produziu um efeito que soava bem para o nome da
firma. Aquilo agradou os dois sócios de imediato: “Eirilar”. Assim, a frase de
efeito (slogan), seguiu naturalmente o nome da empresa: “Eirilar, o melhor
alumínio para o seu lar”. Pronto. Aprovado, carimbado e patenteado.
Com o tempo, a Colonial deixou de existir. Logo depois,
Edgard desistiu de sua permanência na empresa, e vendeu sua parte a Irineu, que
distribuiu cotas percentuais em partes iguais, de 10%, aos irmãos Pedro, Rui e
Cláudio. Mas pela competência, liderança e capacidade, uma cota maior foi
destinada a Luiz Galego Dias.
Cláudio foi convocado a deixar o Banco Real e se juntar à
empresa, para tomar conta das finanças. Pedro e Rui não eram do ramo, e
venderam suas partes aos três irmãos, permanecendo Irineu como sócio
majoritário.
Crescendo cada vez mais, a Eirilar mudou-se para outro
local. Adquiriu um prédio na marginal da Rodovia Euclides da Cunha, e aumentou
suas acomodações. Lá funcionou por longos anos, até que se tornou sede própria
da Alumínio G. Dias, de Cláudio Galego Dias,
Irineu já havia deixado a sociedade, vendendo sua parte
aos irmãos Luiz e Cláudio. Desta vez Luiz passou a ter a maior parte das cotas.
Irineu realmente fez história na industrialização de alumínio em Tanabi, pois
antes de sair, implantou a “Teflon Eirilar”, destacadamente a terceira
indústria de alumínios instalada no Brasil, com equipamentos e portabilidade
para produzir peças antiaderentes, os conhecidos utensílios com camada especial
e de tonalidade escura (preta).
Mais recentemente houve o desmembramento da sociedade
entre os irmãos Cláudio e Luiz. No local onde existia a Eirilar, Cláudio montou
sua empresa, a Indústria de Alumínios G.Dias, enquanto Luiz Galego Dias,
construiu um novo prédio, também na marginal da Rodovia Euclides da Cunha, no
(DI 2) -Distrito Industrial 2, no Km 474, próximo à uma cantina e um posto de
combustível.
O nome “Colonial”, (que deu início a essa história),
ainda existe, e pertence hoje ao ex-vereador Ademir Lopes da Silva (o Tatá), no
DI 1, próximo à Cohab 3. Um presente ao parceiro político de seu filho Rodrigo
Garcia (o Tatá), que ganhou a autorização da patente, do antigo dono dela,
Paulino Garcia, pai do atual vice-governador de São Paulo.
Parabéns família Galego Dias, principalmente a Irineu, o
pioneiro no ramo de industrialização de peças de alumínios em Tanabi,
indubitavelmente, um ícone neste setor.
Luiz Galego Dias, que também é pastor evangélico e
dirigente de ministério próprio (esquina da Caixa - CEF), também é merecedor de
aplausos dos tanabienses, assim como Cláudio, que arregaçaram as mangas e deram
sequência ao projeto que se iniciou na década de 70, e que gerou frutos,
incentivando a geração de mais e mais indústrias de alumínio no município.
Resta parabenizar, claro, também o Sr. Domingos Gallego
Dias, além de seus dois filhos desassociados, por falta de vocação, da
fabricação de peças de alumínios, Rui e Pedro, que também fazem parte da
história, onde, nas "veias" do ramo de industrialização de utensílios
de alumínio em Tanabi, correm o "sangue" Galego Dias. (Serginho
Roncolato/ Rádio Atividade/Mídia Regional/ Tanabi 17/04/2019). Atualização de
matéria original de mesma autoria, publicada em parte, no jornal Folha de
Tanabi, em 1996, na coluna 'Vitrine Empresarial'. (Por Serginho Roncolato/Junho 2019).