quinta-feira, 11 de julho de 2019

Tanabi: Como surgiu a indústria e o que significa o nome Alumínios Eirilar



Na década de 70, Paulino Garcia, pai do vice-governador Rodrigo Garcia, residia na esquina do TCC Tanabi, e tinha uma loja de venda no varejo, de utensílios de alumínio, onde hoje funciona a Lorena Móveis (antigo Varejão Baterias do Pedro Tibúrcio). Ele comprava as mercadorias diretamente da Industria Mazza Alumínios em São Paulo-SP, onde Irineu Galego Dias era o fundador gerente geral e dono de 10% do patrimônio.

Parte dos equipamentos e maquinários da Mazza/SP também era dele, e ao saber disso, Paulininho ofereceu o percentual de 10% a Irineu, para montar em Tanabi uma indústria própria, combinando que o prédio para a instalação e a compra do restante das máquinas, ficava por conta dele. Irineu, que nasceu em São Carlos, filho de Domingos Gallego Dias (hoje nome de viaduto na cidade), aceitou, e veio sozinho para Tanabi em 1972.

Assim, Irineu montou a primeira indústria de alumínios em Tanabi, que recebeu o nome de Colonial, e teve início na esquina da rua Jorge Tabachi, defronte ao antigo posto de Mário Molon, transferindo-se depois para a rua Benedito Sampaio, com Coronel Militão, e passou a ser, juntamente com a Arco-íris (refrigerantes) e Móveis Bechara (indústria), entre outras, uma das maiores empregadoras da cidade.

Irineu sonhava em comprar a empresa. Como não tinha capital para o empreendimento, mas contava com vasta experiência e potencial para ser dono do próprio negócio, aceitou a proposta do amigo Edgar Oliveira, proprietário da Oficina de Tornos Oliveira (na rua Jorge Tabachi), para a fundação de uma nova indústria. E juntos, distribuindo a sociedade em 51% para Irineu e 49% a Edgard, abriram uma concorrência para a Colonial.

A fim de dar robustez e sustentabilidade ao novo negócio, Irineu decidiu buscar, em São Paulo, seu pai Domingos, ferroviário aposentado, que trabalhava com ele de polidor de peças prontas no Alumínio Mazza-SP, e também o irmão Luiz Galego Dias (o “Perigoso”), experiente torneiro repuxador, que além de profissional da área, era de confiança, assim como João Gonçalves (o “Capa-Frango”), um amigo das antiga em industrialização de alumínios em São Paulo.


Com eles vieram também os irmãos de Irineu: Rui (que era funcionário do Banco e do Brasil, e chegou ao cargo de gerente da agência em Tanabi), Pedro e Cláudio (o “Cal”), que estudava Faculdade de Contabilidade, paga por Irineu, enquanto trabalhava de mecânico de automóveis na oficina de Alcides Scrinholli, passando depois para a VW Tanabi Motor Ltda. Ao se formar técnico contábil, Cal chegou a trabalhar alguns anos no Banco Real, em Tanabi, antes de ir para a empresa, cuidar da área de contabilidade.

A indústria De Irineu e Edgard, montada a princípio na Vila Thomaz (onde depois se instalou o Café Pontal), foi batizada de Industria de Alumínios “Real”, para comemorar o sonho projetado apenas no papel, e que, por insistência, tornou-se uma idealização prática e funcional. Porém ela ainda operava em caráter informal, sem cadastro, registro e C.G.C.

O primeiro obstáculo ocorreu quando tomaram a iniciativa da legalização da empresa, inclusive de patente, para se tornar marca do produto industrializado, pois o nome “Real”, teve o registro negado, pois já existia uma indústria do mesmo ramo, justamente com esse nome de patente na marca.

COMO SURGIU O NOME “EIRILAR”

Entre idas e vindas a cartórios de registros em São José do Rio Preto, com a finalidade de regulamentar a empresa, Irineu comentou com Edgar que conhecia empreendimentos de sucesso na capital, com denominações baseadas nas junções das iniciais dos nomes dos proprietários. E depois de inúmeras tentativas de formulação da nova marca de seus produtos, chegou-se a Eiri Alumínios, contendo (E) de Edgar e (Iri) de Irineu. Mas faltava algo.

E que faltava foi complementado, num relance, com a frase, também de Irineu, que mostrava a destinação do produto: “Eiri Alumínio, produzido para o seu lar”. Abandonaram o slogan completo porque a ideia de unir a palavra “lar” ao nome “Eiri”, produziu um efeito que soava bem para o nome da firma. Aquilo agradou os dois sócios de imediato: “Eirilar”. Assim, a frase de efeito (slogan), seguiu naturalmente o nome da empresa: “Eirilar, o melhor alumínio para o seu lar”. Pronto. Aprovado, carimbado e patenteado.

Com o tempo, a Colonial deixou de existir. Logo depois, Edgard desistiu de sua permanência na empresa, e vendeu sua parte a Irineu, que distribuiu cotas percentuais em partes iguais, de 10%, aos irmãos Pedro, Rui e Cláudio. Mas pela competência, liderança e capacidade, uma cota maior foi destinada a Luiz Galego Dias.

Cláudio foi convocado a deixar o Banco Real e se juntar à empresa, para tomar conta das finanças. Pedro e Rui não eram do ramo, e venderam suas partes aos três irmãos, permanecendo Irineu como sócio majoritário.

Crescendo cada vez mais, a Eirilar mudou-se para outro local. Adquiriu um prédio na marginal da Rodovia Euclides da Cunha, e aumentou suas acomodações. Lá funcionou por longos anos, até que se tornou sede própria da Alumínio G. Dias, de Cláudio Galego Dias,

Irineu já havia deixado a sociedade, vendendo sua parte aos irmãos Luiz e Cláudio. Desta vez Luiz passou a ter a maior parte das cotas. Irineu realmente fez história na industrialização de alumínio em Tanabi, pois antes de sair, implantou a “Teflon Eirilar”, destacadamente a terceira indústria de alumínios instalada no Brasil, com equipamentos e portabilidade para produzir peças antiaderentes, os conhecidos utensílios com camada especial e de tonalidade escura (preta).

Mais recentemente houve o desmembramento da sociedade entre os irmãos Cláudio e Luiz. No local onde existia a Eirilar, Cláudio montou sua empresa, a Indústria de Alumínios G.Dias, enquanto Luiz Galego Dias, construiu um novo prédio, também na marginal da Rodovia Euclides da Cunha, no (DI 2) -Distrito Industrial 2, no Km 474, próximo à uma cantina e um posto de combustível.
 
O nome “Colonial”, (que deu início a essa história), ainda existe, e pertence hoje ao ex-vereador Ademir Lopes da Silva (o Tatá), no DI 1, próximo à Cohab 3. Um presente ao parceiro político de seu filho Rodrigo Garcia (o Tatá), que ganhou a autorização da patente, do antigo dono dela, Paulino Garcia, pai do atual vice-governador de São Paulo.

Parabéns família Galego Dias, principalmente a Irineu, o pioneiro no ramo de industrialização de peças de alumínios em Tanabi, indubitavelmente, um ícone neste setor.

Luiz Galego Dias, que também é pastor evangélico e dirigente de ministério próprio (esquina da Caixa - CEF), também é merecedor de aplausos dos tanabienses, assim como Cláudio, que arregaçaram as mangas e deram sequência ao projeto que se iniciou na década de 70, e que gerou frutos, incentivando a geração de mais e mais indústrias de alumínio no município.

Resta parabenizar, claro, também o Sr. Domingos Gallego Dias, além de seus dois filhos desassociados, por falta de vocação, da fabricação de peças de alumínios, Rui e Pedro, que também fazem parte da história, onde, nas "veias" do ramo de industrialização de utensílios de alumínio em Tanabi, correm o "sangue" Galego Dias. (Serginho Roncolato/ Rádio Atividade/Mídia Regional/ Tanabi 17/04/2019). Atualização de matéria original de mesma autoria, publicada em parte, no jornal Folha de Tanabi, em 1996, na coluna 'Vitrine Empresarial'. (Por Serginho Roncolato/Junho 2019).