quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Dirigente da Escolinha de Futebol de Palestina, com quase 300 atletas em atividade, reivindica parcerias de patrocinadores

"Empresários deveriam apoiar mais o esporte ao invés dos investimentos em shows e carnavais, diz Herico"

Foto durante intervalo de treinamento dos alunos em especial ao Jornal da Região Palestina

Herico Cardoso Lima é Coodenador de Futebol da Prefeitura de Palestina, e atua voluntariamente como olheiro, descobridor de talentos e treinador de futebol  para as categorias mirim, infantil, juvenil e juniores há mais de 25 anos. Hoje ele é funcionário público municipal remunerado para manter em atividade o mesmo trabalho, e tem como sede de trabalho a estrutura do Clube de Lazer do Trabalhador.
A fim de produzir um trabalho que traga bons resultados na negociação dos jogadores revelados com clubes de primeira envergadura em qualquer localidade do país e fora dele, e principalmente, para a aplicação de treinos táticos, técnicos e físicos que não prejudiquem a integridade física dos atletas, Herico, conhecido regionalmente como o Herico do Futebol,  se dedicou muito, com estágios de aperfeiçoamento nos clubes do Mirassol, América, São Paulo e Palmeiras.
Romarinho, fase infantil
“O mercado sempre esteve aberto com infinitas possibilidades de dar certo” – diz ele, que considera mais que satisfatório o nível do futebol dos garotos da cidade, região e de outros estados que participam da escolinha que ele comanda em palestina. “Os mais talentosos se encaixam rápido em clubes que investem pesado para realmente produzirem futuros craques do futebol. O fator sorte, ou oportunidade, também influencia. Não pensem que Romarinho, a explosão palestinense mais recente no futebol mundial, pela Libertadores da América no Corinthians, foi uma história sem apertos, necessidades, desespero, vontade de abandonar tudo, e sofrimento, não. Ele venceu, chegou ao estrelato, porém, pagou o preço da fama”, alertou Herico  (veja as trajetórias de Romarinho,Tupã e Boiadeiro, abaixo).


QUASE 300 ALUNOS PARTICIPAM DA ESCOLINHA PALESTINENSE

A “fábrica” de craques em Palestina, funciona no Clube de Lazer do Trabalhador, e tem nome: Escolinha Municipal Menino de Ouro de Futebol.  Hoje são mais de 280 atletas em plena atividade, na faixa etária de 4 a 18 anos. Os treinamentos ocorrem às terças e quintas-feiras de manhã e à tarde, e às segundas, quartas e sextas-feiras, às 17h. Herico afirma que  “se trata de um trabalho, acima de tudo, social, pois além dos garotos praticarem esporte, que é bom à saúde, ficam longe das drogas e de qualquer ato ilícito, e ainda se preparam para um futuro profissional, que se encaixar as peças, é altamente promissor”. Segundo ele não faltam clubes interessados em revelações, como foi o caso de Romarinho, meia-atacante, que começou no time com cinco anos de idade.

ESCOLINHA TEM COMO INCENTIVO APENAS A ESTRUTURA DO CAMPO

Herico e Fofinho, na sede do Jornal da Região
Herico do Futebol não trabalha sozinho. A equipe de treinadores e olheiros de Palestina funciona com mais dois profissionais. Mauro da Silva, o Fofinho, e Márcio Patinho, também servidores públicos designados para os trabalhos de coordenadores de futebol com alunos da escolinha no campo do clube municipal.
“O Setor de Futebol da Prefeitura, nos paga os salários e oferece apenas a estrutura do Centro de Lazer do Trabalhador, argumenta Herico, ao se lamentar que “o empreendimento deveria ter mais apoio e incentivo, e não somente contar com o campo e das bolas necessárias para treinamentos e jogos”.
O coordenador responsável também questiona: “Não entendo o porquê dos empresários da cidade e região não formarem parcerias com a escolinha. Patrocínios melhorariam o atendimento aos alunos, proporcionando, por exemplo, uma cozinha piloto para alimentação coletiva adequada, compra de uniformes completos, camisas, calções, meias, equipamentos de proteção e chuteiras, para participações de disputas de torneios regionais distribuídas em todas as categorias por faixa etária”.
Isso, no entendimento de Herico, melhoria a capacitação dos atletas e também anteciparia possíveis negociações deles com clubes interessados. “E isso, claro, com prevendo participação da Prefeitura e dos investidores nos lucros dos negócios efetuados”, sugere o coordenador, que finaliza dando uma ‘alfinetada’: “No contexto geral, os segmentos público e privado gastam muito com carnaval, shows e outros eventos, e cometem a falha de não investirem mais seriamente no futebol, principalmente no caso de Palestina, que lida com crianças a partir de quatro anos de idade”.


CAMISA 31, DE ROMARINHO, SERÁ DOADA AO  HOSPITAL DO CÂNCER

Neves, do Jornal da Região, ao centro com os dirigentes
A camisa 31 do Corinthians, inscrita oficialmente na Libertadores da América de 2012 em nome de Romarinho, foi usada na Copa, autografada e doada à direção da Escolinha de Futebol em recente visita do próprio atleta corintiano na cidade. Segundo Herico, o primeiro treinador de Romarinho, responsável pelo presente recebido, a camisa será doada e entregue por ele ainda neste mês de setembro ao Hospital do Câncer de Barretos para seus tradicionais leilões de peças e utensílios pertencentes à personalidades de todos os ramos da arte e cultura do país.