Zé quer manipular partidos da oposição para lançar candidatura única para prefeito em 2012
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O prefeito de Tanabi, José Francisco de Mattos Neto, atualmente sem partido, mas que deverá se filiar ao Partido dos Trabalhadores (PT), até outubro, vem difundindo abertamente suas estratégias políticas e partidárias em órgãos de comunicação que fazem “parceria” com sua administração, argumentando que tecnicamente quer um sucessor que mostre “transparência, ética e moralidade”. Desta forma, ele promete e garante apoio irrestrito, colocando em pratica todas as prerrogativas que a legislação eleitoral permite a um ‘padrinho de candidato’ no exercício do cargo executivo do município, a fim de não ferir a LRF- Lei da Responsabilidade Fiscal. Este, segundo ele, é o primeiro passo para eleger um sucessor em 2012.
CASA PRÓPRIA
Já no plano político, Zé Francisco retoca a maquiagem de seu velho projeto de moradia popular. É uma formatação que não apresenta nada de inovador. Trata-se do mesmo prometido em palanque na campanha eleitoral de 2004 quando afirmava construir 600 novas casas pela CDHU, às cerca de 1.200 famílias que vivem o drama da falta de moradia. “Déficit habitacional não”, anuncia em bravata o prefeito, exigindo que seu candidato deve, obrigatoriamente, assumir a condução de seu projeto habitacional de forma irrevogável. E quem, interessado em ganhar uma eleição, diz não a uma boa promessa eleitoreira?
ROTEIRO ELEITORAL
Apesar de não estar filiado a partido algum, Zé Francisco, que já foi do PSB, PFL, PDT e DEM, administra não só o município, mas uma base central pluripartidária, além de “controlar os vereadores e manipular a imprensa”, conforme ele mesmo declara sem papas na língua, em entrevistas que dá aos meios de comunicação que o cercam de predicados e adjetivos de alto nível. Cada um tem seu preço, e a força do poder pode tudo. E ele sabe disso como ninguém.
Em suas declarações públicas acentua que está comprometido com “um projeto político originário” do grupo de partidos que lidera. Mas, que, todavia, se despoja de vaidades e preferências pessoais para a formação de alianças, exigindo que o PT se posicione localmente, como a bola da vez. E o homem preparado para substituí-lo seria o vereador Alexandre Benfati, ex-PL, que Zé considera “petista de primeira hora, com base de apoio fundamentado na “militância” (relacionamento) com a educação e o catolicismo.
Ao fazer tal afirmação, já deixou para trás a possibilidade de lançar, dentro de seu próprio grupo, seu vice Samuel Garcia (PFL/DEM/PSD), seu secretário de Esportes, o vereador licenciado Ademir Lopes da Silva, o Tatá (PSC), e seu chefe de gabinete, Reginaldo de Abreu, que está sem partido e anuncia ingresso no PT de Alexandre.
ASSÉDIO PARTIDÁRIO
Mas para conseguir manter as “rédeas nas mãos”, expressão que ele gosta de usar, e que pratica com habilidade, é necessário gerar problemas nos partidos adversários para que, enquanto eles gerenciam os conflitos, que muitas vezes podem ser lançados como forma de elogios e convites, ele possa “passar o carro na frente dos bois”. O vereador Valdir Uchoa (PPS), é, assumidamente, candidato a prefeito. Zé anuncia que Uchoa está relacionado em seus planos para a sucessão. Devair Zanetoni é presidente do PMDB e líder da oposição na Câmara. Mas também é forte candidato a candidato, segundo o prefeito, a formar chapa consensual com seu grupo para o pleito de 2012.
COLUNAS DE APOIO
E as possibilidades de costuras não param aí. Zé Francisco conta com a reciprocidade dos laços de apoio dos vereadores José Canhizares (ex-PMDB, PDT, PTB e PSDB) e Enedino Delfino(Ex-PL, PFL e PMDB), ambos agora no DEM, mas que podem também achar aconchego junto a Zé em qualquer legenda de aluguel. E elas não acabam nunca!
Fábio Ceron também não está descartado da composição
Apregoando que “descarta vaidades pessoais” sem preconceitos em relação aos nomes e origens político-partidárias dos homens públicos que quiserem de forma racional, compor parcerias, simplesmente se filiando a seu grupo, ou fazendo alianças de partidos, o prefeito José Francisco chega a cogitar a possibilidade de parceria com seu principal desafeto, Fábio Ceron (PSDB), seu vice na campanha vitoriosa de 2004 pela coligação PDT/PSDB contra o PMDB/PFL de Norair Cassiano da Silveira e Pirica.
Ao assumir o executivo em 2005, José Francisco convocou seu vice para a pasta da Secretaria de Obras, cargo que ele exerceu por alguns meses, quando inesperadamente, uma rachadura política desmorou-se, e com ela o desligamento administrativo e o rompimento da amizade. Fim também de um relacionamento familiar, pois Fábio e a saudosa Ana Irene Víctolo, sua noiva e filha de Alberto, foram padrinhos de casamento de José e Gláucia, hoje a primeira-dama.
A frase “abro mão de vaidades e nomes” a fim de compor a chapa da disputa para sua sucessão não é uma forma indireta de abrir o leque de negociações e convites a Fábio Ceron não. O nome de seu ex-vice foi e direta e expressamente mencionado, entretanto, com ressalvas. Sua aceitação no grupo é condicional. “Se”...Se a direção nacional do PT aceitar a junção com o PSDB, Fábio Ceron, no conceito de Zé Francisco, pode se considerar convidado para composição de alianças. Mas será que o prefeito perguntou a Fábio se ele aceita, pretende ou tem disposição de superar as rasteiras do passado e se unir novamente ao que ele chama de ‘traidor’? Que resposta o ex-prefeito Alberto Víctolo (PSDB) daria a Zé Francisco diante desta situação orquestrada com o objetivo de confundir o eleitorado com o uso impregnado de um falso moralismo e pseudo reatamento da amizade e do companheirismo que não existe?
Admitindo “flexibilidade para as composições político-partidárias”, mas, em contrapartida o “comprometimento com a moralidade, ética, honestidade e transparência” na conduta técnica da administração do executivo, José Francisco assume a imagem de um homem público que nunca errou, nunca mentiu e nunca traiu ou subjugou alguém, e que jamais teria agido com sentimento de retaliação, vingança e justiça com as próprias mãos. Retomando a anunciação dele próprio, de que só se filiará ao PT no apagar das luzes, e só tomará partido dos partidos, a partir de junho de 2012, esperamos que belo menos ele tenha o bom senso de iniciar e concluir o projeto-promessa das moradias populares aos 1046 inscritos (que não tem lotes) e aos 138 que declararam ser proprietários de um terreno para realizar o sonho da casa própria. Quanto ao egocentrismo político, creio que a façanha de unificação de legendas para a idealização de candidatura única em torno do prefeito e de seus indicados, não irá acontecer. Pelo menos desta vez. (Sérgio Silva Roncolato- Colaborou, Gelson Adriano de Oliveira, o ‘Ratinho’).
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