Os três deputados participantes da palestra da Amerpt fizeram apenas discursos políticos, prometendo alertar Bruno Covas (PSDB), secretário estadual do Meio Ambiente, sobre o impacto ambiental. Enquanto isso, a audiência pública para a avaliação dos projetos da Encalso, está marcada para os dias 27 e 28 de julho em São Paulo, pelo governador Alckmin
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Todas as fotos são de Bruno Rafael Castor (Freelancer Jornal da Região) |
(Serginho Roncolato/ Da Redação do Jornal da Região Palestina) - Além do professor Arif Cais, biólogo da Unesp de Rio Preto, especialista em meio ambiente, os deputados estaduais João Paulo Rillo (PT) e Sebastião Santos (PRB), e o federal Vaz de Lima (PSDB), todos de Rio Preto, além de Norair Cassiano da Silveira, assessor parlamentar representante do deputado estadual Orlando Bolçone (PSB), e Gilberto Beraldo Manheze, o Buzina (PMDB), único presente dos nove vereadores de Palestina, participaram sexta-feira (1.º/ julho), às 19h30, no Palestina Futebol Clube, em Palestina, da Mesa Diretora da palestra realizada pela Amertp - Associação de Defesa do Meio Ambiente dos rios Turvo e Preto e da Cachoeira do Talhadão, contra a construção de duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no Rio Turvo, em áreas dos municípios de Palestina e Pontes Gestal.
RETÓRICA POLÍTICA
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Vaz de Lima (PSDB) falou de 'alertar' o secretário do Meio Ambiente e Rillo (PT) que sempre apoiou a Amerpt |
Os deputados participantes se limitaram a discursos de caráter político e sem muita objetividade sobre a causa defendida pela Amerpt, e que era a temática da palestra.. Caso por exemplo do tucano Vaz de Lima, que anunciou entregar o assunto ao secretário estadual de Meio Ambiente Bruno Covas (deputado federal do PSDB) licenciado para a ocupação da pasta governamental). O petista João Paulo Rillo também deixou a desejar e apenas anunciou que apóia o protesto desde o seu início, o mesmo que foi anunciado pela assessoria do deputado palestinense Orlando Bolçone, ao considerar que faz parte da Pastoral da Família regional, que também é contra a construção das usinas no rio Turvo. Já o deputado (e pastor da IURD- Universal), Sebastião Santos, afixou uma faixa em uma das paredes do clube anunciando que apóia o movimento em prol da preservação da cachoeira do Talhadão.
A frustração nos pronunciamentos dos deputados se evidenciou pelo fato de nenhum deles garantirem que entrariam com projetos ou com documentos de protestos contra as PCHs do Turvo. Defenderam a causa da Amerpt diante do público presente, da imprensa regional e dos membros da associação, mas não anunciaram que iriam mencionar o protesto, que envolve os municípios de Palestina, Nova Granada, Paulo de Faria, Orindiúva e Pontes Gestal, por exemplo, nas tribunas da Câmara Federal e Assembléia Legislativa, o que automaticamente seriam transmitidas pelos respectivos canais de televisão dos dois órgãos, divulgando a causa em nível nacional.
DISSERTAÇÃO TÉCNICA

Arif Cais garantiu que “a capacidade de geração de energia de quatro usinas de cana-de-açúcar juntas, daria um potencial energético estimado em 60 MW cada uma, o que equivale à energia suficiente para abastecimento de uma cidade com 60 mil habitantes, e sem causar danos à natureza. Enquanto os projetos da PCHs preveem 12 MW de capacidade, com duas turbinas horizontais Kaplan S de 6 MW cada”.
SENADOR ALOYSIO (PSDB) ENVIA NOTA
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A secretária Gisele (PSDB) lendo as notas na Palestra |
Convidado para o evento, o senador rio-pretense Aloysio Nunes Ferreira ( PSDB/SP), não compareceu à palestra, mas enviou antecipadamente uma nota onde afirma que é contra o projeto das PCHs no rio Turvo, apontando que a capacidade energética produzida pelas unidades hidrelétricas de Palestina e Pontes Gestal, não compensa o impacto ambiental para a região.
A economia regional, ainda segundo Aloysio, sofre riscos de prejuízo em função dos projetos das usinas, afetando a cadeia produtiva do turismo, especialmente nas cidades de Riolândia, Paulo de Faria, Pontes Gestal e Palestina.
O senador também notificou a Amerpt de que alertará Bruno Covas (PSDB), secretário estadual de Meio Ambiente, sobre o risco que as usinas causarão ao potencial hidráulico dos rios e à flora e fauna da região. Mas não mencionou que dias 27 e 28 de julho serão as datas em que o governador tucano, Geraldo Alckimin (do mesmo partido dele, de Bruno Covas, Vaz de Lima e de Gisele Garcia Pascchoeto, secretaria da Amerpt), irá avaliar os projetos das PCHs de autoria da Encalso, para a construção das duas usinas que a empresa garante entregarem construídas em dois anos.
PARTICIPAÇÃO POPULAR
Foram registradas as participações de populares, além de Palestina, das cidades de Nova Granada, Orindiúva, Pontes Gestal e Paulo de Faria. Na entrada, cada pessoa recebia um formulário para fazer uma pergunta pertinente ao tema, à Mesa Diretora, que foram lidas de público pela secretária da associação, Gisele Paschoeto, e respondidas pelas personalidades convidadas, formadoras da mesa diretora. Foram mais perguntas com teor de opinião pessoal do que direcionadas para a obtenção de respostas técnicas e objetivas sobre o assunto. (SR- Jornal da Região Palestina SP)
ARTICULISTA DO JORNAL DA REGIÃO QUESTIONA ARGUMENTOS DO BIÓLOGO ARIF CAIS:
Analisando a matéria ‘Deputados presentes em palestra das PCHs em Palestina, entregam a ‘bomba’ para a Secretaria Estadual (Tucana) do Meio Ambiente”, publicada na capa de nosso site (domingo, 3 de julho), e nesta página do blog do Jornal da Região Palestina (SP), o colunista Antonio Evangelista Neves (que tem coluna no site do jornal, no jornal impresso e seu próprio blog ‘Neves Tirando de Letra’), avaliou que “embora a posição do senhor professor Arif Cais, biólogo da Unesp, especialista em meio ambiente, responsável pelo comentário técnico apresentado na reportagem, declarando que a energia gerada por quatro usinas de cana-de-açúcar utilizando o bagaço de cana como fonte geradora, é da ordem de 10 vezes mais da que será gerada pelas PCHs do Rio Turvo, Palestina e Pontes Gestal, ou seja (60x4 contra 12x2), sendo assim, 240 dividido por 24 é igual a 10 vezes mais.
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Buzina, PMDB, (ao centro), o único vereador presente...e no destaque a faixa do deputado Sebastião Santos |
ARTICULISTA DO JORNAL DA REGIÃO QUESTIONA ARGUMENTOS DO BIÓLOGO ARIF CAIS:
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Colunista Antonio Evangelista Neves |
Porém, o professor não deixou claro o quanto dessa energia é utilizado pelas próprias usinas, e ainda se é produzida de maneira perene como as PCHs. É preciso levar em conta que as usinas produzem energia para o consumo próprio, repassando para a rede nacional (linhão), apenas o excedente, quando em regime máximo de sua produção, e sem a obrigatoriedade de manter o fornecimento da mesma, ininterruptamente, e por tempo indeterminado.
Assim penso que um cálculo envolvendo todas as variáveis como as ciências exatas, em todas as modalidades, bem como contratos de compromissos firmados e suas implicações quanto ao não cumprimento dos mesmos, devem ser levados em consideração para tomar uma posição contra ou a favor às PCHs.”
ANTONIO EVANGELISTA NEVES, PALESTINA, 4 DE JULHO DE 2011.
Faz muitos anos que o governo tem como projeto a construções de PChs instaladas por todo país. Evidentemente que os ambientalistas farão movimentos visando impedir essas construções devido ao efeito devastador que elas produzirão junto ao meio-ambiente. Porém, se o país tiver de crescer terá de ser à custa desses expediente ou então buscar outro projeto a fim de aumentar nossa capacidade de produção de energia elétrica necessária. Alternativas não faltam, porém todas provocarão efeitos mais devastadores. Estou citando a Termoelétrica ( queima de energia fóssil) ou a Nuclear. Existe também a energia que pode ser gerada a partir da utilização do bagaço de cana junto à usinas produtores de açúcar e álcool, sendoq eu esse processo só é possível durante o perído da safra de maio/dezembro de cada ano. Essa situação não é perene, pois vai exiustir defasagens nos períodos de entressafra. Um sério caso a ser resolvido.. urgentemente!
ResponderExcluirFaz muitos anos os governos têm falado sobre as construções de PChs por todo o Brasil, principalmente no Estado de São Paulo. Pelo visto chegou o momento. Nossa economia cresce e não tem como crescer sem disponibilidade de Energia. Evidentemente que os ambientalistas ficam ouriçados com a devastação de pequenos rios e cachoeiras, verdadeiros cartões de visita.
ResponderExcluirPreservar é a ordem. As partes alagadas, devido às barragens não proporcionarão à subida de peixes para desova, além de "enfeiar" a paisagem.
Temos outras alternaivas, porém, mais invasivas do que a energia hiroelétrica. Estamos nos referindo às movidas com a queima de energia fóssil(carvão, óleo diesel, etc.) ou as indesejáveis Centrais Nucleares. Credo! Há ainda a probabilidade de utilizar bagaço de cana pelas destilarias se não fosse o período de safra e entressafra em prejuízo à perenidade da geração e distribuição da energia elétrica.