terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Nicanor e Nandão disputam 'força política' na eleição da presidência da Câmara em janeiro

NICANOR COM APENAS 4 VEREADORES CONSEGUIU ELEGER O ÚLTIMO PRESIDENTE, SUPERANDO A MAIORIA DOS 5 DO  GRUPO DA OPOSIÇÃO 


(Artigo de Serginho Roncolato, 11/12/12/ Atualizado em 14/12/2012)

Nandão ajuda grupo minoritário para não perder a presidência

Partindo do pressuposto de que realmente o grupo de cinco vereadores que formava em 2011 a oposição ao prefeito Nicanor no Legislativo, não elegeu seu candidato Sandro Carrero (PMDB) a presidente, enquanto Ceciliano Caldas (PR), que com um membro a menos no grupo não poderia, teoricamente, superar o prognóstico de cinco votos em favor do adversário, pode-se afirmar que realmente ocorreu de última hora a debandada de pelo menos um agregado de Sandro para o lado oposto, o que acabou tirando dele a eleição da presidência do Legislativo pelo mesmo placar que deveria lhe dar a vitória de 5 votos a 4, se a fidelidade partidária ou a ideologia oposicionista prevalecessem.

Concernente ao fato, a constatação da existência de conchavos é óbvia e incontestável. Seria um paradoxo negar as iminentes evidências da deslealdade político-partidária (anônima) contra Sandro Carrero, que apesar de repudiar, contestar e denunciar salientes suspeitas de negociações de bastidores para a inversão do pleito, não conseguiu alterar em nada o quadro desencadeado, que teve, em ato contínuo, sua formalização registrada em ata e assinada por todos.

UM LEQUE DE POSSIBILIDADES
O descumprimento por parte de pelo menos um indivíduo do grupo oposicionista, daquilo que estava legalmente propositado a favor de Sandro, discutida e apontada internamente por consenso, como a candidatura oficial contra a ala do prefeito, fez com que ele desencadeasse uma apuração mais detalhada da impostura do ‘traidor anônimo’, abrindo um leque ilimitado da possibilidade não só da infidelidade de um companheiro, mas da incontingência estarrecedora de uma conspiração quase generalizada de troca-troca de votos entre alguns vereadores mais suscetíveis de se prestarem a colocar, sobretudo, e em detrimento dos interesses coletivos e ideológicos, suas mesquinhas e desprezíveis causas próprias.    

Por certo tempo uma pergunta sem resposta pairou no ar ante ao inconformismo de Sandro Carrero pelo registro daquele desastroso episódio de sua derrota (inclusive  moral): Como não conseguiu se eleger para o biênio 2011-2012, se a ‘coesa base corporativista da oposição’, na época, foi a mesma que predisposta e  conscientemente elegeu em janeiro de 2009 a companheira Cleonice Baiana para o primeiro biênio da Câmara pelos mesmos 5 votos contra 4 do vereador Murilo Vilharva Robler da Silva (PTB), claro, do grupo minoritário de quatro vereadores da base de sustentação política do prefeito Nicanor?

O INÍCIO DAS ONDAS ESPECULATIVAS

Os nove vereadores da atual Câmara 
Municipal encerram o mandato dia 31

Rumores de supostos acordos entre prefeito e vereadores e troca de benefícios ou favores, o que é um ilícito penal (ato criminoso previsto por lei). Como provar? E como apurar, já que obscuras evidências se esbarram na ‘cortina de fumaça’ da cabine eleitoral da Câmara, pela prerrogativa do voto secreto para os quatro cargos da mesa diretora, garantindo ao delituoso a impunidade pela traição no ato da ruptura da fidelidade partidária ou aliança de grupos?

A SUBDIVISÃO DE GRUPOS VIRTUAIS
Ondas especulativas ganharam corpo na contenda, e a cada dia ventilavam-se as mais variadas e contundentes versões ao caso, seguidas até de graves rumores. E tudo o que foi explorado a respeito do resultado da polêmica eleição de Ceciliano, vinha acompanhado de sérios e certos fundamentos.

Essas diversificadas, e algumas até abstratas versões sobre possíveis ‘manobras’ nos bastidores do controvertido pleito de 2011, no Legislativo local, envolvendo prefeito e um ou mais vereadores, possibilitaram, no entanto, deduções lógicas que comprovaram: Os dois conjuntos partidários da Câmara (situação e oposição/ eleitos pelo povo), na verdade, estavam disfarçadamente subdivididos em pelo menos mais três grupos, sendo dois perceptíveis, porém, muito carentes de uma análise mais atenta, pois eram antagônicos entre si, mas com relacionamento interpartidário e grupal estável até demais, como que por trás daquilo houvesse um segredo oculto, não visível a olho nu, que poderia ser, talvez, a raiz ou o fruto do tal ‘pacto da traição’ denunciado por Sandro Carrero na época.

Já o outro subgrupo era totalmente inteligível e de tamanha dificuldade de definição que chegava a ser uma organização ‘virtual’. Este conjunto sempre foi o núcleo de tudo, embora Imperceptível aos olhos, mas não ao intelecto. Apesar disso, continuava velado, mesmo contendo detalhes tão elementares, que quase passou despercebido pelo modo com que eram realizadas as tarefas conjuntas da dissimulação de suas ligações pessoais, ou seja, do relacionamento altamente discreto dos elementos de um grupo, para com os do outro, ambos, originais das urnas das eleições de 2008.  

OS GRUPOS REAIS, O VIRTUAL E OS E SUBGRUPOS

Formação dos 2 Grupos reais e do Grupo Virtual,
na foto abaixo a complementação dos Subgrupos
Estabeleci como parâmetro no gráfico maior anexo, uma aplicação mais prática e de fácil entendimento para se chegar à comprovação ou não da tese existencial dos grupos e subgrupos políticos e funcionais, levantada  pelos questionamentos de Sandro Carrero em 2011, razão pela qual, às vésperas de outro pleito presidencial no legislativo, me deu inspiração para redigir este artigo. As agremiações partidárias estão representadas por retrancas, e em três diferentes cores: Preta, vermelha e amarela.

O retângulo ‘Preto’ (ao centro em linha horizontal) simboliza a formação da chamada base situacionista do prefeito. Nela, vemos os vereadores Valdemar Empreiteiro, Gordo e Dr. Murilo, que somados a Ceciliano (à esquerda no alto), formam o ‘Grupo 1’- (Situação), e, portanto, um dos grupos reais, eleitos pelo povo.

O retângulo ‘Azul’ (linha horizontal na parte de baixo), mostra o ‘Grupo 2’- (Oposição), também real e eleitos nas urnas do pleito de 2008, composto pela ex-presidente da Câmara, Cleonice Baiana, e ainda os vereadores Gilberto Buzina, Dodô e Dora. Sandro Carrero (no alto à direita), evidentemente é o quinto elemento da facção oposicionista.

De forma estratégica e muito planejada, o ‘Quadrado Vermelho’ foi tecnicamente colocado na divisa dos dois grupos reais, porque é o mais enigmático dos conjuntos. Ele é, na verdade o grande ‘Subgrupo 1’, porque a partir dele, é que pode se chegar a uma síntese de todos os acontecimentos. Nesse compêndio, podemos, sem sombra de dúvidas, denominar o ‘Subgrupo 1’ de ‘O Grupo Virtual’. Ele está enquadrado no gráfico, e é constituído por dois vereadores da situação e dois da oposição: Gordo e Dr. Murilo (ala do prefeito Nicanor), e Dodô e Dora Viçoso, da linhagem contrária.

Irrefutavelmente, os protagonistas da circunstância fortuita dos votos encobertados (plural) que elegeram Ceciliano em 2011, fazem parte do Grupo (Vermelho) Virtual, e certamente agiram com três estratégias diferentes: 1) A do interesse próprio (que envolve dois vereadores); 2) A tese da livre escolha ou do voto pela preferência pessoal, e 3) A do alarde de um blefe.

SUBGRUPO 2 – A FORMAÇÃO DA MESA DIRETORA


Também com votos secretos, a Mesa Diretora deve ter os outros três cargos complementados imediatamente após a eleição do cargo da presidência. A constituição dos membros eleitos em 2011, e que passaram a formar a mesa com Ceciliano, foi a primeira incógnita que chamou a atenção de Sandro Carrero. Isso porque os cargos obrigatórios foram preenchidos com três vereadores de seu grupo: Doralice Viçoso, a Dora do PP (vice-presidente);Cleonice Alves Gomes, a Baiana- PP (1.º secretária) e Clodoaldo Pimentel Junior, o Dodô- PP (2.º secretário).

Realmente é de se estranhar a ausência de vereadores do grupo do prefeito em todos os cargos coadjuvantes da mesa, pois geralmente os vereadores de uma ala política não se misturam à facção contrária no desempenho desses cargos porque de certa forma os componentes da diretoria legislativa devem ter um bom relacionamento interpessoal com o presidente, e ser de absoluta confiança, pois dividem funções que impõem certa cumplicidade.

E para ocupar os cargos secundários os vereadores devem se apresentar como candidatos a eles, Nenhum membro do grupo de Ceciliano mostrou interesse, e as candidaturas dos três eleitos foram espontâneas e sem concorrentes para cada uma das funções. Sandro Carrero ficou indignado com a disponibilidade de seus companheiros no apoio de base que passaram a dar ao adversário, pois nem mesmo seus aliados quiseram cargos que não fossem o de presidente.

A INCOERÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO DOS VOTOS
E relembrou que no primeiro biênio da administração do prefeito Nicanor (2009 a 2010), seu grupo, o mesmo que não o elegeu, foi predominante na mesa diretora sem a participação de nenhum vereador do lado oposto. E foi formada por Cleonice Alves Gomes, a Baiana do PP (presidente); Gilberto Beraldo Manheze, o Buzina do PMDB (vice-presidente); Clodoaldo Pimentel Junior, o Dodô do PP (1º Secretário) e Sandro ‘Carrero ‘ Renato Bernardes do PMDB (2º Secretário).

Outra coisa intrigante, ainda segundo Carrero, foi a diferenciação dos votos obtidos pelos quatro integrantes, que demonstra um disparate sem precedência. Em entrevista ao Jornal da Região em 2010, Sandro apresentou a seguinte observação:

“Os números de votos recebidos pelos membros do meu grupo não batem com o resultado de cinco votos alcançados por Ceciliano. Dora recebeu três votos para o cargo da vice-presidência, menos da metade de Baiana que quase foi unanimidade com oito votos ao cargo de primeira secretaria, e Dodô, para a segunda secretaria somou quatro votos. Não tem nem como comentar essa incoerência”, analisou.

BLEFE, DEMOCRACIA E VULNERABILIDADE
O vereador Wilson José Gonçalves, o Gordo (PR), deu início ao embaraçamento de todo o processo da apuração moral do resultado final do pleito, por praticar desde o início a dissimulação (blefe ou tapeação), na anunciação de que não votaria em Ceciliano, mesmo sendo ele um membro de sua agremiação.

Formou-se aí uma confusão generalizada, pois analisando de todos os ângulos a celeuma do placar de 5 a 4 contra Sandro, e levando em conta que Gordo não pertence à ala dele, na verdade este voto não foi computado para a oposição, pelo contrário, ficou no próprio grupo,  senão, seria Ceciliano o derrotado por 5 a 4, mesmo com o apoio do prefeito trabalhando nos bastidores.

O voto cruzado da ala do prefeito para a oposição, mais tarde foi ventilado que realmente ocorrera e não era de Wilson (Gordo), mas do vereador (e advogado), Murilo Vilharva Robler da Silva (PTB), que teria razões não explicadas publicamente, de poder votar democraticamente em  Sandro, se quisesse assim fazer, como forma de reconhecimento por algo que ele teria feito em seu favor no início do mandato.

Esta versão se fixou, e deixou subentendido que realmente o voto do Dr. Murilo teria mesmo vazado de uma fronteira para a outra, o que ajudou a inocentar Gordo, pela inconsequência de seu blefe, e a facilitar a dedução de que realmente dois votos que seriam, por direito, de Sandro, bateram em revoada para o ninho da situação. Aí só faltava descobrir quem eram os donos deles e as suas razões.

Para o ‘Grupo dos 4’ decididamente garantir dois votos necessários e procedentes da oposição, ocorreu, segundo Sandro Carrero, um arriscado e silencioso trabalho em busca de partes vulneráveis e passíveis para transações negociáveis dos votos em troca da vitória do grupo do prefeito.E pelo visto, conseguiram.

Para não serem deselegantes, todos os vereadores que encerram o mandato junto com Nicanor no próximo dia 31, sabem, embora não declarem à imprensa, que os traidores de Sandro Carrero pertenciam (ou ainda pertencem) a todos os grupos e subgrupos existentes na Câmara:

1) Da Oposição, 2) Dos vereadores servidores municipais, 3) da Mesa Diretora, 4) Dos não reeleitos, 5) Do Virtual, e  por que não dizer também que do Grupo 6, o grupo do prefeito, já que votar contra sua facção partidária ou aliança política, é o mesmo que mudar de lado, o que é um fato incontestável diante do lastimável, polêmico e histórico episódio em questão.

DADOS COMPLEMENTARES:
1) - Com exceção de Ceciliano Caldas (presidente) os demais vereadores que formam a Mesa Diretora deste último biênio não foram reeleitos: Dora (vice), Baiana (primeira secretária) e Dodô (segundo secretário);

 2) Dos atuais nove vereadores, quatro são servidores públicos municipais: Buzina, Gordo, Dodô e Dora.


Destaque ao centro os três membros da Mesa Diretora, 
todos do PP-11: Vereadores Dodô, Dora e Baiana, entre 
o ganhador Ceciliano (da esquerda) e Sandro (à direita)

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