Por isso o projeto tem recebido grande oposição inclusive de políticos e empresários influentes, que patrocinaram um vídeo de protesto contra a usina, apresentado em forma de perguntas e argumentação de defesa da preservação nativa, com mega-astros da Rede Globo, considerados os atores mais populares e mais caros do país, que está sendo exibido em todas as redes sociais, sempre seguido do aviso para que ‘assistam antes do filme ser censurado e retirado da Internet’.
O Ministério Público Federal do Pará, também critica a obra, alegando que “as compensações ofertadas para os afetados pela obra não estão sendo feitas de forma devida, o que pode gerar um problema social na região do Xingu”. E com tudo isso, a construção da usina está em andamento, segundo a Aneel- Agência Nacional de Energia Elétrica, para “cumprir as metas energéticas do país”.
PCHs DO RIO TURVO - TALHADÃO, PALESTINA
Isso equivale afirmar que não só a polêmica Usina Hidrelétrica de Belo Monte deverá ser concluída e entrar em operação, mas também dezenas de PCHs- Pequenas Centrais Hidrelétricas no pantanal mato-grossense, onde também está prevista apenas uma usina de grande porte que, segundo afirmação do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, há alguns meses em ampla reportagem exibida pela Rede Globo, não poderão ser poupadas.
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Projeto da PCH- projetada pela Encalso, para o rio Turvo (Talhadão), em Palestina SP |
De acordo com o cronograma da Aneel, ainda segundo Edison Lobão, as PCHs do pantanal e outras do mesmo porte, escolhidas em todo o país (e aqui estão inclusas as duas sobre o rio Turvo no Noroeste Paulista, afetando diretamente Palestina através da Cachoeira do Talhadão), estão com seus projetos prontos e sofrem resistência de campanhas de protestos contra as obras, feitos por grupos de uma associação de protestantes populares, moradores do município, com o apoio de ambientalistas e de deputados regionais.
Por esta razão, ao que consta, as duas PCHs do rio Turvo não tiveram as obras iniciadas em virtude de vetos obtidos junto à Secretaria de Meio Ambiente (Bruno Covas –PSDB), que truncou o andamento das obras através de laudo técnico da Cetesb.
CONTATOS: JORNAL DA REGIÃO E ENCALSO
No final do ano passado, justificando impossibilidades imprevistas, o Jornal da Região comunicou por telefone e email (por duas vezes) primeiro o adiamento e depois, o cancelamento, de entrevista que seria realizada com representantes da sede central da Encalso, de São Paulo aqui na redação do jornal em Palestina. Estava programado inclusive sessões de fotos na área da Cachoeira do Talhadão, em Duplo Céu, e na Cachoeira São Roberto, em Pontes Gestal, onde o analista ambiental Roberto Gonzales, iria, juntamente com outros componentes da empresa, detalhar todos os dados necessários para uma reportagem completa e absolutamente conclusiva sobre o caso do adiamento da obra e da sequencia dos trabalhos da Encalso.
Restabelecendo contatos com a empresa, através de Célia Moreno, da Assessoria de Imprensa oficial da Encalso, remarcamos para o mês de janeiro, ainda sem data definida, uma entrevista em Palestina, ou em São Paulo, para que a questão seja definitivamente esclarecida e encerrada, com o resumo de apenas uma pergunta: A PCH em Palestina será construída ou não, e por que?
Desta vez quem irá nos atender diretamente é o responsável pelo departamento de Licenciamento Ambiental, Marcelo Camargo. Junto com outros responsáveis técnicos de setores específicos, finalmente em pouco tempo teremos todos os esclarecimentos necessários para uma ampla e esclarecedora entrevista que poderá, inclusive, marcar a retomada do modelo impresso das edições quinzenais do jornal, conforme ocorria até meados de 2011, quando passou a produzir matérias jornalísticas apenas no módulo digital (sites, blogs e mídias sociais).
Reproduzimos abaixo duas matérias amplamente divulgadas a respeito dos assuntos pertinentes ao adiamento, paralisação ou cancelamento definitivo da construção das duas PCHs no rio Turvo. A primeira, do blog Política&Afins, já jornalista Ellen Lima (Rio Preto), publicada em setembro deste ano (em plena campanha eleitoral municipal), e a outra divulgada pelo Diário da Região (diarioweb.com.br), de um ano atrás, quando a polêmica começava a se formar em torno das obras anunciadas pela Encalso para a região Noroeste Paulista, e que nunca começou.
A assessoria de imprensa do Grupo Encalso enviou uma nota ao Política&Afins rebatendo as acusações da advogada Gisele Paschoeto, da Amertp _ Associação em Defesa dos rios Preto e Turvo e da Cachoeira do Talhadão (foto). Na nota a empresa diz que não faz uso de inverdades, que não cometeu crime ambiental nenhum e que inexiste qualquer multa contra o grupo.
Dano ambiental
A Encalso também nega crime ambiental: “Quanto à alegação de suposto crime/dano ambiental, informamos que o processo de fato foi encaminhado ao Ministério Público, mas não porque está caracterizado qualquer dano/crime ambiental, mas sim por haver alegação desse mesmo proprietário de área rural, autor da ação supracitada, de que houve o referido dano. O que deve ficar claro é que este é o procedimento comum na justiça brasileira. Ou seja, independentemente da prova ou da existência de crime/dano, em havendoalegação verdadeira ou não, os fatos devem ser apurados pelo Ministério Público, para os quais enviamos todas as explicações solicitadas”.
Mata nativa
A Encalso afirma que não irá inundar 800 hectares de mata nativa, mas apenas 385. “Para a implantação das duas PCHs, será necessário suprimir cerca de 385ha de mata nativa, menos da metade da área comentada pela AMERTP. A área complementar de 415ha é composta por rio e pastagens. Além disso, devemos lembrar que cada árvore suprimida será reposta na proporção de3 a5 vezes com plantio de espécies nativas, conforme estipulado pela legislação ambiental”, diz a nota.
Inverdades
A empresa nega fazer uso de inverdades. “Reiteramos que todos os atos praticados pela Encalso estão em consonância com as Resoluções do CONAMA que tratam do Licenciamento Ambiental, bem como com o Parecer Técnico 31/09-EMEE expedido pela CETESB, que definem o Termo de Referência para a elaboração dos Estudos Ambientais. Dessa forma, fica claro que uma empresa idônea como a Encalso não fez uso de inverdades, assim como nunca o fez em seus 45 anos de atuação, sempre com a finalidade do desenvolvimento brasileiro nos principais setores de interesses comunitários” cita a nota.
(30 set. 2012 - politicaeafins.com.br)
Encalso avisa que não recua de hidrelétricas no Talhadão (Jornal Diário da Região/Rio Preto)
FOTO: Edvaldo Santos
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Gonzales e Schwyter (do Grupo Encalso) disseram que investimento nas usinas será de R$ 180 milhões |
(Rodrigo Lima ) – Representantes da empresa Encalso estiveram ontem em Rio Preto para anunciar que já ingressaram com pedido na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a instalação de duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no rio Turvo, uma delas próxima da cachoeira do Talhadão, localizada no distrito de Duplo Céu no município de Palestina. O diretor de assuntos regulatórios da Encalso, Anton Schwyter, afirmou que o objetivo da empresa é explicar o projeto à população, mas que a empresa não abre mão ou recuou do projeto.
O projeto básico do empreendimento já foi aceito pela Aneel e, atualmente, a Cetesb avalia o pedido de licença ambiental para a construção das PCHs. Antes, o Conselho Estadual de Meio Ambiental (Consema) exige a realização de audiências públicas para dar prosseguimento ao processo de licenciamento apresentado pela Encalso. “A gente está nesse ponto. Foi protocolado o projeto básico e iniciamos o processo de licenciamento ambiental”, disse Anton.
De acordo com o o analista ambiental da empresa, Roberto Gonzalez, nesta reunião serão analisadas o Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima). Além da população, os técnicos afirmaram que querem debater o projeto com professores da Unesp. “Queremos esclarecer melhor”, afirmou.
Segundo o projeto, os 28 megawatts produzidos nas duas hidrelétricas poderiam fornecer energia elétrica a uma cidade com 250 mil habitante durante um ano. A ideia da Encalso é vender a energia produzida em leilões do governo. “Estamos no início do processo”, afirmou Anton, que não falou em prazo para um possível início das obras.
Desconhecimento
O diretor da Encalso atribui a “falta de informação” as manifestações contrárias à construção da PCHs na região. “Entendo que uma parte do que se fala é falta de informação mesmo. Viemos para cá para abrir esse diálogo. É na outra fase do licenciamento ambiental que vamos discutir a questão do sítio arqueológico”, afirmou Anton.
Uma das principais preocupações é com o possível secamento da cachoeira do Talhadão. “Pelos estudos que temos até o momento não vai secar a cachoeira”, disse o diretor da empresa que pretende investir R$ 140 milhões na construção das duas PCHs que devem gerar, juntas, 600 postos de trabalho durante 18 a 24 meses.
Os representantes da Encalso descartaram ainda a construção de empreendimentos imobiliário próximo das hidrelétricas. “Quem estabelece o uso do lago são os órgãos ambientais, que jamais vão permitir a especulação imobiliária”, afirmou Gonzalez. No dia 1º de outubro está prevista nova manifestação contra construção das usinas no Talhadão.
http://www.diarioweb.com.br - São José do Rio Preto, 23 de Setembro, 2011)
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